sexta-feira, 25 de março de 2011

Roteiro nº 11


LEI DE IGUALDADE
LEI DE LIBERDADE

Objetivos:
ð     Explicar o que representa liberdade.
ð     Esclarecer porque os homens são iguais perante Deus.

Idéias Principais:
1.      Todos os homens são iguais perante as leis de Deus, estando pois submetidos às mesmas leis que regem e orientam a evolução dos homens em todo o universo infinito.
2.      As desigualdades sociais, tanto quanto as vicissitudes da vida promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir: umas têm causa na vida presente, outras fora desta vida.
3.      Liberdade é saber respeitar os direitos alheios. Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos.
4.      Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio o homem seria máquina.


Fontes Complementares:
-         O Livro dos Espíritos. Allan Kardec - questões 803 a 850.
-         Obras Póstumas. Allan Kardec - 1ª parte.
-         O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec - cap. 18, itens 10 a 12, cap. 5, item 20.
-         As Leis Morais. Rodolfo Calligaris - A Lei de Liberdade.
-         Leis Morais da Vida. Divaldo Franco/Joanna de Ângelis-Cap. IX-XI pág 187-205.


SÍNTESE DO ASSUNTO                                                ROTEIRO Nº 11
 

 


LEI DE IGUALDADE


Todos os homens são iguais perante Deus e estão submetidos às mesmas leis da Natureza. Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos, aos seus olhos, são iguais. Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um viveu maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus de experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí aperfeiçoarem-se uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar.

A desigualdade social não é lei da Natureza. É obra do homem, e não de Deus. Um dia desaparecerá quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Restará apenas a desigualdade do merecimento. Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro. Os que abusaram da superioridade de suas posições sociais, para, em proveito próprio, oprimir os fracos serão, a seu turno, oprimidos: renascerão numa existência em que terão de sofrer o que tiverem feito sofrer aos outros.

A desigualdade das riquezas origina-se, quase sempre da injustiça entre os homens. Muitas vezes, a riqueza vem a ter às mãos de um homem, para lhe proporcionar ensejo de reparar uma injustiça. A igualdade de riqueza não pode existir pois, a isso, se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Aqueles que julgam ser esse o remédio aos males da sociedade, não compreendem que a igualdade com que sonham seria a curto prazo desfeita pela força das coisas.


Com o bem-estar não se dá a mesma coisa, mas é relativo e todos poderiam dele gozar, se se entendessem convenientemente, porque o verdadeiro bem-estar consiste em cada um empregar o seu tempo como lhe apraza e não na execução de trabalhos pelos quais nenhum gosto existe. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. Em tudo existe o equilíbrio: o homem é quem o perturba.

Deus concede a uns as riquezas e o poder, e a outros a miséria, para experimentá-los de modo diferente. Além disso, como sabemos, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência. As misérias provocam queixas contra a Providência e a riqueza incita a todos os excessos. Com a riqueza, as necessidades do homem aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente.

Deus outorgou, tanto ao homem como à mulher, inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir. A inferioridade da mulher em certos países provém do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. A mulher é mais fraca, fisicamente, e, por isso, os seus trabalhos são mais leves. Ao homem, por ser mais forte, cabe-lhe os trabalhos mais rudes, mas ambos devem ajudar-se mutuamente a suportar as provas.


LEI DE LIBERDADE


Não há no mundo posições em que o homem possa jactar-se de liberdade absoluta, porquanto todos precisam uns dos outros, assim os pequenos como os grandes. Só na posição do eremita do deserto é que o homem poderia gozar de absoluta liberdade, mas, desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumprem respeitar.

A escravidão é contrária a lei de Deus, porque é um abuso da força. Desaparece com o progresso, como gradativamente desaparecerão todos os abusos. A desigualdade natural das aptidões coloca certas raças humanas sob a dependência das raças mais inteligentes, para que estas se elevem, não para embrutecê-las ainda mais pela escravidão.

A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso. Com referência à crença, toda ela é respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem. O homem tem o livre-arbítrio de seus atos, pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina. Já não é senhor do seu pensamento aquele cuja inteligência se ache turbada por uma causa qualquer e, desde então, já não tem liberdade. Essa aberração constitui, muitas vezes, uma punição para o Espírito que, porventura, tenha sido, noutra existência, fútil e orgulhoso, ou tenha feito mau uso de suas faculdades. O Espírito, porém, sofre por efeito desse constrangimento, de que tem perfeita consciência. Está aí a ação da matéria.

A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. No que se refere às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir.

Não se deve acreditar que tudo o que nos acontece, estava escrito. Um acontecimento qualquer pode ser a conseqüência de ato praticado por livre vontade. Aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de fazê-la ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que cometer um crime, o Espírito estaria  a isso predestinado. Ninguém há predestinado ao crime e, todo crime como qualquer outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio. O que chamamos fatalidade, decorre do gênero da existência escolhida, portanto não há fatalidade absoluta.

Em princípio, o futuro é oculto ao homem e só em casos raros e excepcionais permite Deus que seja revelado. Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria do presente e não obraria com a liberdade com que o faz, porque o dominaria a idéia de que, se uma coisa tem que acontecer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraria obstar a que acontecesse.

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